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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

OS RELACIONAMENTOS AFETIVOS E SEXUAIS



              Já houve inúmeros períodos da história ocidental em que o sexo era considerado uma manifestação vulgar de instinto e animalidade. 
              A harmonia no relacionamento sexual depende de uma sintonia de emoções e da atração física. Esta área básica na vida do casal está exposta a muitos mal-entendidos originados em situações da vida cotidiana. 
              A ideia de que o papel da mulher no ato sexual não é apenas de participação, mas de participação equivalente à do homem, só começou a ser aceita nos fins dos anos 1920. As pessoas leigas passaram a entender que a mulher é capaz de ter orgasmos da mesma forma que o homem. A partir daí o conceito do papel sexual da mulher vem mudando cada vez mais rapidamente. Entretanto muitas continuam se conformando em deixar para o marido todas as iniciativas no ato sexual. 
              Não são poucas as vezes em que o marido se queixa de que a noiva apaixonada transformou-se numa esposa fria, repelindo-o todas as noites com um "deixe-me em paz, vocês homens não pensam em outra coisa". 
               Os homens tem dificuldades para entender as insatisfações das mulheres. Os motivos delas são vários, mas geralmente são preocupações com os filhos, com os afazeres domésticos e com isso seu desejo sexual fica temporariamente diminuído. Por outro lado, o marido tenso devido às exigências do trabalho, não pode ser o amante ardente dos primeiros tempos de vida conjugal. Portanto nenhum marido ou mulher deve esperar que todo o ato sexual seja perfeito em todas as ocasiões. Qualquer ansiedade, a menor discussão ou uma simples dor de cabeça, podem tornar o marido mais carinhoso num fracasso quase completo. É preciso parar e conversar sinceramente sobre os problemas e juntos buscarem a melhor solução. 
               

               Uma vida sexual harmônica e feliz não é algo com que se nasce. O casal precisa compreender que a perfeição se desenvolve através de uma experiência longa e paciente. É fundamental que exista um diálogo franco entre marido e mulher, pois assim eles acabam por entender cada vez mais suas necessidades mútuas. Por mais apaixonados que estejam, um homem e uma mulher continuam sendo seres humanos de carne e osso, sujeitos a todas as pequenas vulgaridade da vida cotidiana. Para que o amor possa ser vivido e apreciado em seu mais amplo sentido, o corpo deve ser aceito como algo vulnerável e material. Não se pode esperar que ele tenha a "pureza" de um ser sobrenatural. Nada impede de amá-lo com todas as suas limitações, assim mesmo como ele é. 
                É importante compreender que não existe um padrão de comportamento aplicável a todos os casais. Cada um vai determinar exatamente o que lhe trará maior satisfação. São muitos os estudos sobre a frequência do ato sexual no casamento e todos mostram que existe uma grande variação entre os casais, e não há evidências de que o grau de satisfação dependa do número de vezes que se faz amor. O que satisfaz um casal pode não satisfazer outro. Não há índice relativo à frequência sexual no casamento, nem qualquer média que assegure a felicidade de um relacionamento. Como qualquer outra atividade humana, cada indivíduo tem suas preferências pessoais no ato sexual, portanto não há como ensinar regrar e conselhos que sejam universais. 
                 Frequentemente a esposa julga que a "modéstia" não lhe permite assumir uma posição mais ativa ou sugerir técnicas que lhe proporcionam maior prazer. No entanto, muitos maridos sentiriam uma satisfação especial se a esposa desse os primeiros passos. A mulher precisa compreender que o homem também tem suas limitações e modos que, muitas vezes, bloqueiam as suas próprias iniciativas. Medo de magoar, medo de ofender, medo de ser julgado, e tantos outros motivos. A iniciativa da mulher seria uma prova de que ela o considera um homem desejável. Enquanto a mulher se recusar a ter uma atitude mais descontraída e ativa, o ato sexual como expressão do amor, estará longe de chegar a uma realização completa. 
                Depois de muitas tentativas fracassadas, com constantes negações e desculpas, o homem percebe que a mulher não o deseja. Nessa condição ele vai pouco a pouco se afastando. Para um homem pedir à esposa para fazer amor e muito constrangedor. O sentimento de amor ou de profunda amizade o impede de insistir em algo que ela não deseja. Quando um casal chega a este ponto, "forçar a barra" dá um profundo sentimento de culpa; é como se estivesse estuprando-a, pois ela estará fazendo algo que não deseja, mas, talvez, apenas para satisfazê-lo. 
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Nicéas Romeo Zanchett