Minha lista de blogs

sábado, 12 de setembro de 2015

A TRAIÇÃO VIRTUAL



A internet mudou o comportamento sexual dos casais. 

         Entre as grandes transformações trazidas pelo mundo da internet, talvez as mais surpreendentes sejam as ocorridas no comportamento sexual dos casais. Seu uso já se tornou um dos assuntos inescapáveis da vida moderna. 
         A internet criou uma nova maneira de ser infiel. Com ela, ainda que momentaneamente, nos sentimos liberados dos freios que sempre nos limitaram entre os desejos inconfessáveis e a realidade sexual que vivemos no dia-a-dia. O acesso ilimitado de contatos com parceiros reais ou virtuais mexe com nossas fantasias e imaginação. 
         A  facilidade de acesso instantâneo a informações e contatos, praticamente sem limites, trouxe à tona uma torrente de desejos que, mesmo depois de décadas da revolução sexual, ainda causam muita surpresa. O conforto, o anonimato e a privacidade proporcionada pela internet são poderosas ferramentas de indução à quebra de barreiras. Diante do computador podemos ser quem quisermos e falarmos o que nos der vontade sem o risco de passarmos pelos costumeiros julgamentos que o contato frente à frente proporciona. A possibilidade de criarmos um personagem imaginário alimenta o sentimento erótico de qualquer um. Para paquerar pessoalmente é preciso decifrar muitos sinais, vencer a timidez e ainda se assegurar de que ninguém vai descobrir nada. No ciberespaço o contato é rápido, seguro e fácil. A paquera passa a ocorrer no quarto, no escritório ou na sala de casa. 
             Muitos vão para a internet apenas por curiosidade, em busca de informações sobra as diversas variantes sexuais criadas pelo homem e acabam descobrindo o mundo erótico virtual. Clicando de um link para outro vão encontrando parceiros com os mesmos desejos. Aí tudo começa a ficar difícil de controlar e logo os bate-papos  nas redes sociais vão se intensificando e criando intimidade que cada vez mais se parece real. 
             Para a maioria das pessoas é muito difícil dividir uma parte significativa da vida emocional com algum estranho, criando vínculos que exclua o marido ou a mulher. Mas esse costuma ser o primeiro passo para a traição virtual. O fato de se sentir fazendo algo errado é um indicador de que a pessoa se sente uma traidora. O sentimento de segredo é um grande afrodisíaco que alimenta a fantasia da sexualidade em quem está traindo. Embora nunca se toquem, as conversas diárias criam um clima de intimidade muito próximo do real. O clima vai se tornando cada vez mais sério e a pessoa se sente seduzida e desejada, coisa que muitas vezes não acontece na vida real. Quando as conversas se tornam regulares fica-se contando as horas para o novo encontro. É como uma adolescente que espera ansiosa pelo namorado naquele determinado horário. Se ele não vem o sentimento de frustração é o mesmo que ocorre quando o outro lado não está online. Falar que não há um contato direto e muito menos uma relação sexual é sempre uma boa desculpa. No entanto, para a pessoa que se sente traída, isto não justifica a troca de informações que muitas vezes são partes da intimidade do casal. A infidelidade, mesmo que seja branda como a virtual, sempre abre feridas no coração e cria desconfiança difícil de ser revertida. 
               Evidentemente que não é a internet que estraga os relacionamentos, mas ela ajuda potencializar o clima de suspeita e desconfiança que pode transformar um casamento num verdadeiro inferno. O efeitos sobre a vida do casal são imprevisíveis e podem tomar proporções gigantescas. Por isso é preciso ter muito cuidado. Às vezes uma simples brincadeira pode magoar profundamente a pessoa que realmente amamos. Quando o parceiro é ciumento e vê todo aquele movimento de sedução fica muito  magoado. Ao ler as mensagens carinhosas que seu parceiro recebe nas redes sociais, entra em verdadeiro pânico. Então começam as investigações que passam a ser uma tarefa diária como, por exemplo, ler todas as mensagens recebidas pelo parceiro. 
                As razões do crescimento desse tipo de vínculo entre adultos comprometidos têm a mesma matriz: o prazer de exercitar o poder de sedução e conquista; aspectos que compreensivamente desaparecem com o casamento. 

                É impossível saber com certeza quantos casos virtuais redundam em sexo real. Mas os estudos divulgados pela revista americana Psychology Today indicam que, nos Estados Unidos, 60% dos casos de relacionamentos virtuais contínuos acabam na cama. Talvez seja por essa razão que, mesmo inconscientemente, a maioria esconde essa relação do cônjuge. No fundo eles sabem que sempre há uma tensão sexual ocorrendo, cujo final é incerto. 
                 Um levantamento da Yankelovich Partners inc mostra que 60% das páginas visitadas na internet têm algum conteúdo sexual. A palavra sex é a mais pesquisada nos sites de busca de todo o mundo.
                 Se o casal tem um relacionamento sincero e gosta deste tipo de diversão o ideal é o compartilhamento da brincadeira. A senha é a chave de tudo e também deve ser partilhada. É como a senha da conta bancária de um casal maduro, que tem mútua confiança. Esta é uma forma de amenizar e até evitar conflitos. Tudo passa a ser uma brincadeira que desenvolvem juntos. 
                 Nos casos de separação, que hoje ocorrem com muito mais frequência, as mensagens virtuais como e-mails e mensagens de Messenger e outros são comuns serem apresentados como prova. Juridicamente este procedimento recebeu o nome de "quase adultério". Mas este tipo de informação só é admitido em juízo quando um dos envolvidos autoriza a violação do computador de casa. É o caso de quando se acessa o computador doméstico e descobre mensagens gravadas e sem nenhuma proteção de senha. Nesse caso a prova é válida, legal e aceita pela justiça. Entretanto, para configurar o adultério é necessário provar a conjunção carnal. A simples figura do "quase adultério" significa apenas que há uma situação amorosa envolvida, mas não é adultério. Hoje, em 90% das separações são apresentadas provas desse tipo ou semelhantes. 
.
Nicéas Romeo Zanchett 


Nenhum comentário:

Postar um comentário