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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A ROTINA NO AMOR SEXUAL - Nicéas

escultura Romeo Zanchett 
                  Os recem casados  praticam o ato sexual em vários cômodos da casa e nas mais diversas posições.  À medida que a estruturação de sua vida evolui, a integração à sociedade se dá através  das pessoas que vem visitá-los, dos filhos que chegam, dos amigos profissionais, da necessidade e presença constante de empregada doméstica, etc. Gradativamente o casal vai sendo confinado no quarto, restringe as relações  sexuais ao período da noite e diminui a sua frequência. 
                  A evolução da paixão para um amor maduro não precisa esfriar e relação conjugal. A monogamia pode ser deliciosa se o casal estiver disposto em aumentar a intimidade. Basta soltar a imaginação e deixar de lado os preconceitos para que o sexo seja sempre uma emoção nova e maravilhosa. Mas, geralmente os casais se deixam dominar pela monotonia, por falta de informação e até por ignorância. 
                  Existe um meio termo entre a paixão arrebatadora e o marasmo conjugal. Descobrir este ponto depende dos dois. 

escultura Romeo Zanchett 
                 Tradicionalmente a cama é o templo do amor sexual do casal. O melhor horário é uma questão que varia de casal para casal. 
                  Além do horário para o amor (geralmente à noite), existe a mais comum das posições que é o chamado papai-mamãe, além da frequência para o amor que também é um fator de afastamento.
                  Estas questões podem variar dependendo da cultura e crença de cada povo, como nos mostra a história. Entre os povos indígenas da tribo Masai do Canadá, crê-se que copulando durante o dia, o sangue do homem flui para o corpo da mulher, restando apenas água nas veias. Já outros povos não admitem relações sexuais à noite, pois acreditam que uma criança concebida no escuro pode nascer cega. Pode ser inacreditável, mas essas crenças absurdas existem e geralmente foram criadas pelas religiões.
                  Embora o isolamento seja uma carência de todos os que querem fazer amor, o costume de se fecharem  entre quatro paredes não é universal. Os polinésios e os índios brasileiros gostam de se encontrar no meio da mata, mesmo que outros assistam seu encontro sexual. Os gregos possuíam dois espaços: um para o ato sexual e outro para o repouso. Mais ou menos o que fazem  os que adotam camas separadas; o casal tem relação em uma delas e depois cada um vai dormir na sua cama.Não há dúvida de que é muito bom para o repouso, mas, por outro lado, proporciona uma separação que pode tornar-se definitiva. 
                  
escultura Romeo Zanchett 
                A cama moderna é fruto de uma evolução. O chamado leito conjugal, entretanto, veio unir as duas atividades que o homem e a mulher do nosso tempo foram aos poucos confinando aos horários noturnos. Mas ao invés de continuar sua evolução, este móvel corre o risco de se tornar um fator limitante e deserotizante na vida dentro do lar, acabando por ruir o próprio casamento. Para que a tesão não esmoreça é necessário permanente renovação, tanto nos locais como nas posições amorosas. Assim como a atividade sexual é realizada por muitos com um excesso de formalidade, poucos são os que assumem o erotismo e o trazem para o quotidiano.  Enquanto a ideia de uma cama especial - com espelhos, vibradores de colchões, brinquedinhos eróticos, som, etc. - numa casa normal é tida como rematada loucura ou tara-sexual; só os excêntricos ousam usufruir desta excitante forma de viver o amor.  Muitas vezes é preciso enriquecer o sexo com um pouco de erotismo e de imaginação. Afinal, uma pitada de ousadia não faz mal a ninguém. Se você gosta de objetos e apetrechos de sex-shops como lingerie sensuais, filmes eróticos, livros e poesias, não restrinja suas fantasias e vá em frente.  Reconhecer onde mora o desejo é uma das portas para o pleno prazer. Mas as mulheres, talvez por uma educação reprimida, ainda tem muitas dificuldades nesse campo. Muitas buscam viver sua sexualidade de forma mais plena, mas não tem chance porque nossa cultura machista as rotula como imitadoras de alguma celebridade e até de prostitutas, identificando-as com alguma mulher mais liberada. O importante é nunca esquecer que a consciência do próprio corpo e do que lhe da prazer passa pelo autoconhecimento. 
Ilustração: Romeo Zanchett
                 Entre quatro paredes nada deve ser proibido. Tudo deve ser permitido sem prévias consultas, sem o aval da censura. De luz acesa ou meia luz, nos vermos nus e nos examinarmos detidamente, curtindo a reação de cada ponto do corpo, da ereção súbita do pênis à elasticidade do clitóris. Ou de luz apagada, para melhor sentirmos o toque, a percepção tátil prazerosa dos carinhos trocados, como os arrepios que percorrem a espinha pelo deslizar de uma língua quente na nuca.  
                Em qualquer posição - de pé, sentados, deitados, recostados, por cima  ou por baixo. O importante é dar vasão aos nossos impulsos na hora que eles surgem como avalanches, aproveitando cada momento e o inusitado de cada situação. 
                Ir a um motel pode ser uma sugestão interessante e útil, principalmente quando o casamento precisa de mais incentivo, mas se o problema for falta de amor nada pode resolver. 
                Se a mulher não exercer plenamente e gostosamente o dia-a-dia do sexo, transforma-o em arma de censura. Ela começa achar que apenas cumpre um dever frente ao seu parceiro. Homem e mulher precisam viver os sentimentos nas suas mais diferentes formas, abandonando o artificialismo do explicado demais.
Nicéas Romeo Zanchett 

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