AMOR ENTRE AMIGAS
O amor entre mulheres deixou de ser um tabu que só víamos em filmes como "Instinto Selvagem", "Diário Roubado", "Quando a Noite Cai" e outros.
Cada vez mais as mulheres com preferências por parceiras do mesmo sexo são vistas com naturalidade. Há canais liberadores da vida social que permitem a manifestação mais livre desta preferência amorosa. Vivemos num clima em que é preconceituoso ter preconceito. Entretanto, ainda existe muita pressão da sociedade contra as preferências homossexuais.Os homens podem até admitir duas mulheres juntas, mas quase sempre há um ponto de vista machista. Acostumados a não dar muita importância aos sentimentos de suas parceiras, eles não levam a sério suas preferências amorosas.
Hoje a postura das mulheres que amam outras mulheres é bem diferente das gerações passadas. Já não há mais a necessidade de mostrar socialmente uma identificação com modos masculinos. A fêmea masculinizada, de sapato baixo, bermudão e cabelo curto, não tem mais atrativo. Em resumo, a mulher não precisa mais de diferenciação para viver plenamente sua sexualidade preferida.
Ao invés de tentarem se assemelhar aos homens, elas estão procurando uma imagem mais feminina. Há mulheres bissexuais super femininas que vivem uma vida dupla e ninguém desconfia.
As relações entre os diferentes sexos está confusa porque ainda não se estabeleceram, como deve ser, dentro do modelo familiar. Por maior que sejam os esforços, as histórias de amor entre mulheres ainda encontram dificuldades para aceitação da família e isto cria um desnecessário sofrimento.
A mídia gosta muito de criar clichês, mas no cinema e na TV as relações amistosas de duas mulheres é fator de sucesso em qualquer drama. A série "I love Lucy" agradou a milhões de telespectadores em mais de 80 países. A série "Miss Marple" fez grande sucesso mostrando as peripécias da heroína e suas amigas do sexo feminino.
Muitas mulheres, casadas e com filhos, de repente descobrem uma paixão pela amiga. Na verdade sempre tiveram atração pelo mesmo sexo, mas nunca haviam se permitido manifestá-la. Era um preferência sufocada de uma mulher que teve maior resistência interna em aceitar a própria sexualidade. Para elas o interesse do sexo é o gozo do amor e da harmonia. Há muitas relações quase platônicas no universo feminino, onde o que conta mesmo é a companhia, a atenção e a presença.
Os adolescentes atuais, embora tenham conflitos com os pais, têm menos problemas para definir uma identidade sexual. Entretanto, a busca da família pela psicanálise costuma ser pela "cura", mas os terapeutas trabalham pela definição da identidade sexual do adolescente.
Dificilmente um homem, heterossexual de meia idade, que estivesse carente, procuraria outro homem. Já as mulheres convivem melhor com a ambiguidade, transitam por relações amorosas com muito mais facilidade.
Para a maioria das mulheres ainda é difícil revelar publicamente sua homossexualidade ou bissexualidade. Há muito medo de ser segregada pela família ou até de perder o emprego. O maior conflito das mulheres é o da auto-imagem social. A maioria simplesmente finge que vive bem com o marido para iludir e superar os preconceitos sociais. Muitas assumem sua condição bissexual imaginando com isso livrar-se do estigma, mas, mesmo velado, ele continuará presente. O preconceito é o que mais causa angústia no momento de assumir sua própria sexualidade.
O que é realmente importante na vida é a felicidade. Podemos ser felizes ou apenas estarmos felizes, e o amor é sempre o ingrediente vital e indispensável. Ser feliz é viver um estado de felicidade fazendo aquilo que lhe permite prazer e bem estar; estar feliz é viver um momento de felicidade: uma nova paixão, um novo carro, uma casa confortável, uma viagem agradável, o nascimento de um filho, um noivado, um casamento e assim por diante. Mas, em todas as situações, o amor sempre está presente de alguma forma. Entretanto, a felicidade nunca é plena e perene; precisa continuamente ser renovada.
Portanto, vá em frente e viva suas verdadeiras paixões sem se preocupar com a opinião dos outros.
Nicéas Romeo Zanchett
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