CAPÍTULO VI
ORGASMO SIMULTÂNEO
Quando se fala em sexualidade os mitos estão sempre presentes. São mitos quanto ao desempenho, quanto á satisfação e quanto ao próprio desenvolvimento do ato sexual em si.
O orgasmo simultâneo é possível, embora raro, porque pressupõe a coincidência de ritmos diferentes, mas parece ser mais um desses objetivos que grande parte das pessoas procura sofregadamente atingir. Ele pode ocorrer quando menos se espera, num momento saudável de comunhão de corpos e espíritos.O orgasmo simultâneo tem muito do ideal romântico de um casal. Entretanto, não se deve estabelecê-lo como se fosse uma meta obrigatória, fundamental e essencial para a felicidade.
Para o casal chegar ao clímax junto é preciso harmonia de movimentos entre os corpos. A excitação depende muito do visual e dos pensamentos de cada parceiro. O casal começa por se tocar mutuamente manipulando seus órgãos sexuais dando tempo para que os dois possam atingir o orgasmo simultâneo, mas mesmo assim o ritmo de um ou do outro pode ser diferente. Isto acontece porque cada um está envolvido com o próprio prazer e mutas vezes não consegue dar continuidade a um movimento que está dando prazer ao parceiro. O que se sabe é que na maioria das vezes acontecem orgasmo consecutivos e não simultâneos.
A harmonia de movimentos proporciona uma relação mais intensa, com os dois parceiros se curtindo em profundidade. É natural que cada um possua seu próprio objetivo de prazer, mas tudo deve acontecer como numa dança, onde um tem que estar ligado no que o outro vai fazer.
Sabemos que a mulher tem um ritmo de excitação mais lento do que o homem, mas isto não pode ser usado para camuflar algum problema mais sério como, por exemplo, o distanciamento do casal. Na medida em que se aprofunda a afinidade, com o conhecimento de um pelo outro, as barreiras vão sendo destruídas, inclusive as sexuais, colocando o casal em comunicação através de uma linguagem comum que ajuda a encontrar o melhor caminho para chegar juntos ao prazer do orgasmo.
Muitos homens, impulsionados pelo fator cultural, acham que devem sempre perseguir o ideal do orgasmo simultâneo. Na cama, muitas vezes apenas para impressionar, quando sentem que vão gozar e a parceira ainda está a caminho, começa a desviar a atenção para outras coisas. Essa distorção acaba prejudicando todo o prazer espontâneo que ele poderia tirar da relação.
Os estudiosos Masters & Johnson estabeleceram quatro fases para o ato sexual: a excitação, o platô, o orgasmo e a resolução. O orgasmo simultâneo pode ocorrer quando os dois percorrem as fases de excitação e platô em igual tempo e caminham juntos para a etapa subseqüente num só nível de prazer. Mas, na maioria das vezes, um acaba tendo orgasmo antes, o que ajuda provocar o orgasmo do outro. A visão do parceiro entrando em clímax é muito excitante e a participação no orgasmo de quem chegou primeiro é um gatilho para se alcançar o próprio orgasmo. Quando o homem chega primeiro ao orgasmo, que é o que geralmente acontece, a mulher pode se concentrar nas pulsações do pênis dentro de sua vagina e também na sensação do esperma sendo liberado e então chagar lá, quase juntos. Da mesma forma, o homem, quando sua parceira já teve orgasmo, pode se concentrar nas contrações espasmódicas dos músculos em volta da vagina comprimindo e relaxando e, com movimentos do seu próprio pênis, neste momento, conseguir maior excitação e chegar ao orgasmo em seguida.
O momento exato do orgasmo sempre traz uma espécie de perda de consciência por alguns segundos e por isso acabam não curtindo juntos. Nessa condição, cada um acaba esquecendo-se do outro, mesmo que por poucos segundos, para só então se reencontrarem conscientemente.
Muitos casais pensam que estão tendo orgasmos simultâneos, mas na verdade são orgasmos consecutivos.
Fazer sexo é um ato de amor e por isso deve ser feito sem nenhuma pressa. As preliminares são indispensáveis, pois preparam os dois para ter um "gran-finale".
Alguns homens, por ignorância ou machismo, sequer percebem que o que tem a seu lado é uma mulher e não um objeto que deve ser levado a alguma realização . Nessas circunstâncias, o orgasmo nunca é pleno e satisfatório.
Nicéas Romeo Zanchett
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