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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PACTO DE INFIDELIDADE



CAPITULO VI

PACTO DE INFIDELIDADE

                A infidelidade pode ser tolerada e até prevista em relações que se alimentam da liberdade total. São casamentos em que ser infiel é uma possibilidade previamente pactuada entre os parceiros. Ela é resultante de uma demonstração de sinceridade de um casal que opta pelo relacionamento aberto.
                No livro "O Silêncio Erótico da Mulher", a autora Dalma Heyn, afirma que a infidelidade faz bem e é um bom estímulo para casamentos em crise. Ela garante que o amante é um ótimo remédio para se recuperar a vitalidade perdida e o "eu sexual".
                 A infidelidade feminina está intimamente relacionada com a ascensão da mulher na sociedade. Com a luta pelos direitos iguais, muitas mulheres chegaram à conclusão de que trair também é um direito. Entretanto, não há possibilidade de postura libertário no casamento sem um mínimo de segurança psíquica. Isto implica também em independência financeira. Essa conquista do prazer e da individualidade não é nada fácil. Mais parece um via-crucis pontilhada por medo, remorso, pecado,vergonha, angústia e isolamento.
                A mulher tem sentimentos diferentes do homem. Em seus relacionamentos sempre valoriza a vinculação amorosa, onde a sexualidade acaba sendo um complemento. A grande maioria dos homens iniciam seus relacionamentos pelo sexo e não pela vinculação afetiva. Atualmente existem mulheres mais liberadas que começam a incorporar a sexualidade independente do amor.Na verdade elas estão tentando reproduzir ou imitar o modelo masculino, onde transar por transar é uma forma de afirmar sua liberdade sexual. Mas é preciso considerar que tanto do lado dos homens como das mulheres este modelo nunca é benéfico para o casamento.
                  Em pensamento, toda a mulher, algum dia, já foi infiel. Quando uma relação não está boa sempre surge a possibilidade que leva a mulher a considerar a infidelidade. Mas é preciso avaliar bem a situação e ver se vale a pena partir para outra forma de viver a sexualidade.
                 Os anos 60, década de "paz e amor", foi uma época de revoluções e todos queriam experimentar as mais diversas formas de vivência sexual. A prática mostrou que tais experiências não tiveram os resultados esperados. O ciúme é inerente ao ser humano e por isso sofremos muito ao ver ou saber que nosso parceiro ou parceira tem outra pessoa em sua vida.
                A infidelidade é mais aceita socialmente quando é do homem. A mulher, ao contrário, tende a se esconder para se proteger. Por outro lado, ela tem mais facilidade para tolerar a infidelidade de seu parceiro. Para a maioria dos homens um fato isolado de infidelidade não invalida o casamento, mas quando isso se torna rotina não há como suportar.
               É muito difícil administrar um casamento baseado na infidelidade consentida. A necessidade de sentir segurança ao lado de alguém que seja fiel está introjetada no "homo sapiens", no arcaísmo de ser humano.
               Um outro fator que deve nortear os sentimentos na hora de trair é a possibilidade de uma eventual transa se tornar uma paixão. Ela aparece subitamente, como uma sombra entre o casal. A paixão é entusiasmo, é sabor de vida e de morte. Além de fascinante é destruidora, como bem escreveu Shakespeare em Romeu & Julieta. O pior dos mundos é quando apenas um dos parceiros se paixona.
                No casamento tradicional é muito difícil negociar um espaço para relações amorosas paralelas de ambos os parceiros. A infidelidade acaba em crise e muitas vezes põe fim ao casamento.
                A infidelidade pode até reativar a vida sexual dos dois, mas não é recomendável porque pode destruir e transformar o amor em ódio.
                Mesmo com toda a liberdade conquistada pela mulher moderna, ela ainda está aprendendo a ser liberal. Ter coragem, contar a verdade e assumir a "escapulida", é tão conflitante como a vontade de ser infiel.
                Toda a mulher quer ser desejável e desejar, ser caça e ser caçadora do prazer. Sexo é uma coisa criativa, um talento que se tem de desenvolver para não ver morrer como aconteceu com nossos pais e avós. Em nossos dias, o adultério assume uma dimensão de habeas-corpus. A mulher já não aceita mais a tirania de ter de abdicar de sua sexualidade para ter tudo. Está esgotado o velho modelo de decência conjugal que subtraia da mulher e dava ao homem a autonomia do prazer e da individualidade.
                O homem precisa descer do pedestal que o colocava em primeiro plano e ocupar seu novo lugar ao lado da mulher que ama.
Nicéas Romeo Zanchett
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